Associação Espírita Mensageiros da Vida Eterna
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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Haroldo Dutra Dias em Catanduva

Haraldo Dutra Dias, um dos maiores pesquisadores do cristinanismo na atualidade, espírita com vasto conhecimento das obras de Kardec e das psicografias de Chico, além de pessoa de extrema sensibilidade e simplicidade, eteve conosco, dia 16 passado, no Núcleo Educacional Joanna de Angelis. Falou sobre Jesus, disse que o Mestre falava diretamente ao espírito imortal. Às vezes nem era precido falar. Bastava um olhar. É o que aconteceu com Ananias, na obra "Paulo e Estevão", de Emmanuel. Vejam o trecho.

Ananias contou-lhe tudo quanto sabia de Jesus, por intermédio dos Apóstolos, depois da crucificação a que ele também assistira, em Jerusalém, na tarde trágica do Calvário. Esclareceu que era sapateiro em Emaús e tinha ido à cidade santa para as comemorações do Tem­plo, tendo acompanhado o drama pungente nas ruas re­gurgitantes de povo. Falou da compaixão que lhe causara o Messias coroado de espinhos e apupado pela turba furiosa e inconsciente. Profunda a emoção, ao descrever a marcha penosa com a cruz, protegido por soldados impiedosos, da fúria popular, que vociferava o crime hediondo. Curioso pelo desenrolar dos acontecimentos, seguira o condenado até ao monte. Da cruz do martírio, Jesus lançára-lhe um olhar inesquecível. Para o seu espírito, aquele olhar traduzia um chamamento sagrado, que era indispensável compreender. 


Lindo! É o que acontece quando, de um lado, temos um Mestre e, do outro, um trabalhador preparado. Será que estamos preparados para assimilarmos o olhar de Jesus? Será que teríamos a coragem de fitá-lo diretamente? Como está nossa consciência diante do Mestre?

Terminou sua palestra com a história dos últimos momentos de Jesus, narrado por Humberto de Campos (Irmão X), em o Livro Estante da Vida (psicografia do Chico). O nome do conto é: Anjo Solitário.
 
Enquanto o Mestre agonizava na cruz, rasgou-se o céu em Jerusalém e entidades angélicas, em grupos extensos, desceram sobre o Calvário doloroso...

Na poeira escura do chão, a maldade e a ignorância expeliam trevas demasiadamente compactas para que alguém pudesse divisar as manifestações sublimes.

Fios de claridade indefinível passaram a ligar o madeiro ao firmamento, embora a tempestade se anunciasse a distância...

O Cristo, de alma sedenta e opressa, contemplava a celeste paisagem, aureolado pela glória que lhe bafejava a fronte de herói, e os emissários do Paraíso chegavam, em bandos, a entoaram cânticos de amor e reconhecimento que os tímpanos humanos jamais poderiam perceber.

Os Anjos da Ternura rodearam-lhe o peito ferido como a lhe insufladores energias novas.

Os portadores da Consolação ungiram-lhe os pés sangrentos com suave bálsamo.

Os Embaixadores da Harmonia, sobraçando instrumentos delicados, formaram coroa viva,  ao redor de sua atribulada cabeça, desferindo comovedoras melodias a se espalharem por bênçãos de perdão sobre a turba amotinada.

Os Emissários da Beleza teceram guirlandas de rosas e lírios sutis, adornando a cruz ingrata.

Os Distribuidores de Justiça, depois de lhe oscularem as mãos quase hirtas, iniciaram a catalogação dos culpados para chamá-los a esclarecimento a reajuste em tempo devido.

Os Doadores de Carinho, em assembléia encantadora, postaram-se à frente dele e acariciavam-lhe os cabelos empastados de sangue.

Os Enviados da Luz acenderam focos brilhante nas chagas doloridas, fazendo-lhe olvidar o sofrimento.

Trabalhavam os mensageiros do Céu, em torno do Sublime Condutor dos Homens, aliviando-o e exaltando-o, como a lhe prepararem o banquete da ressurreição, quando um anjo aureolado de intraduzível esplendor apareceu, solitário, descendo do império magnificente da Altura.

Não trazia seguidores e, em se abeirando do Senhor, beijou-lhe os pés, entre respeitoso e enternecido. Não se deteve na ociosa contemplação da tarefa que, naturalmente, cabia aos companheiros, mas procurou os olhos de Jesus, dentro de uma ansiedade que não se observara em nenhum dos outros.

Dir-se-ia que o novo representante do Pai Compassivo desejava conhecer a vontade do Mestre, antes de tudo. E, em êxtase, elevou-se do solo em que pousara, aos braços do madeiro afrontoso. Enlaçou o busto do Inesquecível Supliciado, com inexcedível carinho, e colocou, por um instante, o ouvido atento em seus lábios que balbuciavam de leve.

Jesus pronunciou algo que os demais não escutaram distintamente.

O mensageiro solitário desprendeu-se, então, do lenho duro, revelando olhos serenos e úmidos e, de imediato, desceu do monte ensolarado para as sombras que começavam a invadir Jerusalém, procurando Judas,  a fim de socorrê-lo e ampará-lo.

Se os homens lhe não viram a expressão de grandeza e misericórdia, os querubins em serviço também lhe não notaram a ausência. Mas, suspenso no martírio, Jesus contemplava-o, confiante, acompanhando-lhe a excelsa missão, em silêncio.

Esse, era o anjo divino da Caridade.

Isso dá a exata dimensão da invergadura espiritual do nosso Mestre.


Assitam a palestra:

http://amigoespirita.ning.com/video/video/show?id=2920723%3AVideo%3A521562&xgs=1&xg_source=msg_share_video

Depois vejam mais essas duas.

http://www.youtube.com/watch?v=tsXVOT_ZAOg
http://www.forumespirita.net/fe/cinema-video/seminario-%27o-novo-testamento%27-com-haroldo-dutra-dias/

Até logo.

Um comentário:

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